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Cirurgia Bariátrica na Turquia – prós e contras

  • Dr. André Costa Pinho
  • 24 de out. de 2023
  • 2 min de leitura

O acesso à cirurgia bariátrica e metabólica em Portugal enfrenta longos tempos de espera no Sistema Nacional de Saúde, devido à elevada procura centrada nos poucos hospitais públicos que realizam esses procedimentos. Por outro lado, no setor privado, apenas a ADSE reconhece e comparticipa essas cirurgias, enquanto as outras seguradoras geralmente não apoiam as cirurgias bariátricas, tornando o custo significativo.


Como resultado, os pacientes buscam alternativas no estrangeiro para evitar as demoras do sistema público e reduzir os custos do sistema privado, recorrendo ao denominado “turismo de saúde”, onde os hospitais e clínicas sediadas na Turquia têm encontrado alguma popularidade.


As potenciais vantagens são evidentes e atrativas: tempo de espera curto a um preço relativamente acessível. Essas clínicas anunciam também equipas experientes, acompanhamento antes e depois da cirurgia, facilidade de marcação das viagens e alojamento, e até opções de pagamento diversificado.


Entretanto, há desvantagens claras, incluindo:

  • avaliação pré-operatória incompleta, com exames e consultas especializadas muitas vezes omitidos, podendo comprometer a segurança e individualização da cirurgia para cada caso;

  • incerteza quanto à segurança, esterilização, qualidade dos materiais e experiência da equipa médica, que raramente está certificada por alguma entidade competente;

  • desafios no tratamento de complicações operatórias, em termos clínicos e financeiros; é questionável se existem condições para tratamento rápido e eficaz de eventuais complicações, nomeadamente no acesso a eventuais cuidados intensivos e capacidade de sustentar o incremento dos custos associados; existem relatos dramáticos de casos destes num passado recente;

  • risco aumentado de complicações como tromboses e embolias ao viajar de avião pouco depois da cirurgia;

  • deficiente acompanhamento pós-operatório: os resultados destas cirurgias estão dependentes de um rigoroso acompanhamento durante os primeiros anos após a cirurgia que envolve Nutricionista, Cirurgia, Psicologia e Endocrinologista, e a realização de análises regulares; em regra, os hospitais públicos em Portugal, não conseguem efetuar o acompanhamento de doentes operados noutras instituição pela escassez de recursos;

  • dificuldades em ser referenciado para cirurgias plástica ou reconstrutivas.


Em resumo, embora o acesso mais rápido e a custos razoáveis tenha as suas vantagens, essas são contrabalançadas por várias desvantagens que devem ser cuidadosamente consideradas. Os riscos subjacentes precisam ser avaliados e a decisão deve ser informada e consciente. As principais sociedades internacionais de cirurgia bariátrica e metabólica têm reconhecido esta temática: pode consultar a declaração da sociedade britânica (BOMSS) aqui.


 
 
 

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